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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sábado, 7 de agosto de 2010

As consequências da mastite na produção de leite

A pecuária leiteira ocupa um grande espaço na economia mundial, no Brasil ela é uma das atividades agro-industriais de maior importância, pois é praticada em todo o território nacional.
Considerado o alimento mais perfeito da natureza, o leite apresenta uma composição rica em proteína, vitaminas, gordura, carboidratos, sais minerais (principalmente o cálcio), essenciais aos seres humanos (EMBRAPA GADO DE LEITE).

Segundo GUIMARÃES (2005), o leite higiênico significa um leite sem impurezas, com uma carga baixa microbiana, livre de agentes patogênicos e com sabor e odor agradável, proveniente de uma ordenha ininterrupta de animais sadios, assim é de grande importância o sistema de criação dos animais; a fonte de alimentação e seu balanceamento na dieta dos animais; a saúde dos animais propriamente dita; a saúde dos ordenhadores; as fontes de estresse dos animais; o estágio de lactação, entre outros.

O consumo de leite e seus derivados apresentam acentuada importância para a saúde humana, tendo em vista que o leite e fonte de vários nutrientes. COSTA (2005) cita que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo diário mínimo de 500 mililitros de leite para adultos e de no mínimo um litro durante a adolescência e a terceira idade.Entretanto, o consumo de leite “in natura” pode ser um grande risco para a saúde humana, pois o leite pode ser o veiculo de transmissão de varias zoonoses, tais como: brucelose, tuberculose, febre aftosa, toxoplasmose, listeriose, etc.

De acordo com FAGUNDES et al (2004), a qualidade microbiológica do leite é de importância para indicar a saúde do rebanho e da higiene praticada na propriedade. Para que se possa produzir um leite com qualidade e com idoneidade devem ser isentos de contaminação, para isso a higiene durante o processo da ordenha é fundamental para que o produto final possa ser consumido com garantia.

DOMINGUES, LANGONI (2001) afirma que mastite é a denominação dada para a inflamação da glândula mamária por qualquer que seja o agente causal: traumas, irritações ocasionadas por microrganismos e outros, sendo na maioria das vezes provocadas por bactérias de diferentes espécies que conseguem penetrar no canal do teto. O processo inflamatório se traduz por alterações físicas, química e, geralmente bacteriológicas do leite, e conseqüentemente por alterações patológicas do tecido mamário, que se não tratadas rapidamente, provocam destruição irreversível das células secretoras de leite, levando a perda das metades do úbere ou até do úbere inteiro, e a baixa da produção. A mastite caracteriza-se por pode ocorre de duas maneiras distintas. Na forma clinica, na qual há o surgimento de sintomatologia tais como: edema, aumento de temperatura, endurecimento, grunos, pus, etc. Ou na forma subclinica na qual não ocorre sintomatologia. A contaminação do leite pode ocorre durante a ordenha, manual ou mecânica, realizada sem higiene apropriada, ou pelo contato do úbere com o solo, piso, cama contaminada, mão do ordenhador que serve como via de transporte de microrganismos entre animais, (RIBEIRO, 1995).

Segundo MARQUES (2006) as perdas da produção de leite durante o processo infeccioso podem alcançar de 10 a 26% do total da produção, de acordo com o grau de intensidade do processo inflamatório e do estagio de lactação em que ocorre a infecção. A evolução da doença e suas conseqüências para a produção ou para o animal dependem exclusivamente do agente infeccioso envolvido no processo. Outra conseqüência e a perda da qualidade do leite, uma vez que fica alterada a composição física química com diminuição considerável das taxas de gordura, proteínas, açucares e o aumento dos níveis de sais minerais, ocasionando um desequilíbrio salino e a perda da estabilidade térmica do leite e conseqüentemente prejuízos econômicos provocados pela doença e pelas evidências de risco para saúde pública, ocasionada pela possibilidade de veiculação por meio do leite, dos agentes infecciosos causadores desta doença, muitos deles patogênicos para o homem.

Na literatura cita-se que a mastite pode ser causada por cerca de 140 espécies de microrganismos, sendo alguns desses responsáveis por causarem varias zoonoses, dentre esses se destacam: Mycobacterium bovis, Brucella Spp. , Staphylococcus aureos, Listeria Sp. , Escherichia coli, dentre outros.

Peso ao Sobreano

Por: Diana Rocha - Zootecnista, Mestranda em Ciência Animal e Pastagens - UFRPE/UAG
Contato: diannah_rocha@hotmail.com

A bovinocultura de corte é uma das mais importantes áreas econômicas do Brasil, sendo ele hoje um dos maiores produtores e o maior exportador de carne bovina no mundo. Alem disso o seu desenvolvimento pode impulsionar outras diversas atividades agrícolas e industriais, ao longo de suas fases.
Por suas condições climáticas e geográficas o Brasil pode aumentar sua produção de carne bovina em grande escala, principalmente de animais de sangue zebuíno, já que estes apresentam uma maior facilidade de adaptação ao nosso clima. Um dos maiores períodos de crescimento da produção de carne bovina, registrado no Brasil foi entre 1990 e 2003, onde houve um aumento de 85,2 % passando de 4,1milhões para 7,6 milhões de toneladas.
Por apresentar-se em proporções continentais, não existe no Brasil um sistema homogêneo de produção de carne bovina, já que suas regiões apresentam diferenças climáticas, econômicas, sociais e de criação. Os sistemas de produção caracterizam-se quase exclusivamente de pastagens sob sistema de criação extensivo, todavia nos últimos anos houve um aumento na utilização de vegetais forrageiros para a alimentação de animais, onde as forrageiras predominantemente utilizadas são tropicais, destacam-se a Brachiaria e Panicum.
Diante das diferenças climáticas para o estabelecimento de um único sistema de produção e com necessidades de obter uma grande produção que venha a atender as exigências internacionais de segurança e de qualidade da carne, os produtores cada vez mais vêm buscando adquirir em seus rebanhos animais que se apresentem geneticamente superiores, os quais apresentem uma alta herdabilidade para a característica ganho de peso, um dos fatores importantes para tal característica é o peso aos 550 dias (sobreano), por ser essa a última fase do animal antes da engorda. Uma da maneiras de se minimizar essa diferença seria a obtenção de animais que pudessem se adaptar a essas diferenças.
Entretanto, pela existência de um grande número de animais de corte, há uma enorme dificuldade da identificação de animais que sejam superiores geneticamente para a característica de ganho de peso. Seria possível através da análise do peso ao sobreano e do peso ao fim da engorda, determinar a existência de correlação desses dois dados, para se obter a confirmação de animais geneticamente superiores?
Considerando a grande variação genotipicas e a sabendo-se que esta é parcialmente afetada pelo meio, independente de localização geográfica acredita-se que alguns bovinos possuam cargas genéticas superiores, cuja presença será verificada no peso ao sobreano e logo em seguida na fase de engorda, uma vez que um alto peso ao sobreano irá indicar ao final da engorda um melhor rendimento de carcaça.

            Sabendo da grande variabilidade genética do rebanho de corte brasileiro, acredita-se que dentre todos os genótipos encontrados, ao menos um apresente superioridade para a característica ganho de peso.






Literatura citada:

ALENCAR, M.M.; MASCIOLI, A.S.; FREITAS, A.R. Evidências de interação genótipo ´ ambiente sobre características de crescimento em bovinos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.2, p.489-495, 2005. 
CONCEIÇÃO, F. M. Fatores genéticos e ambientais que influenciam o peso à desmama, ao sobreano em bovinos da raça nelore mocha, no sudoeste de Mato Grosso do Sul. 2005. 62 folhas. Mestrado em ciências animal – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2005.   
LOPES, J. S; RORATO. P. R. N; WEBER, T, et al. Efeito da interação genótipo x ambiente sobre o peso ao nascimento, aos 205 e aos 550 dias de idade de bovinos da raça Nelore na Região Sul do Brasil. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.1, p.54-60, 2008. 
PACOLA, L, J; TONBATI, H. Principais aspectos relacionados aos cruzamentos das diferentes raças européias especializadas para a produção de carne com o zebu. In: organizado por: SAMPAIO, A. A. M; CAMPOS, F. P.; HERNANDEZ, M. R. Métodos de seleção e cruzamento mais utilizados na pecuária de corte. 2ª Edição. Jaboticabal- SP: Funep, 2000. p.42. 
SILVA, L. O. C. Seleção para caracteres reprodutivos em gado de corte. In: organizado por: SAMPAIO, A. A. M; CAMPOS, F. P.; HERNANDEZ, M. R. Métodos de seleção e cruzamento mais utilizados na pecuária de corte. 2ª Edição revisada e ampliada. Jaboticabal- SP: Fnep, 2000. p. 27. 
TEIXEIRA, R. A.; ALBUQUERQUE, L. G; ALENCAR, M. M; et al. Interação genótipo-ambiente em cruzamentos de bovinos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1677-1683, 2006 (supl.).
IMAGENS:
http://www.braziliancattle.com.br/?abcz/racas/index
http://www.fazendanovavida.com.br/inc/inc_conteudo_nelore.php
http://www.rondonia.ro.gov.br/noticias.asp?id=2243&tipo=Destaque

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Higiene da Ordenha Vs. Mastite Bovina

A higiene da ordenha é uma prática imprescindível no que diz respeito a qualidade do leite. Um manejo sanitário adequado previne o rebanho de inúmeros problemas causados por agentes etiológicos como por exemplo a mastite que é uma inflamação da glândula mamária causada na maioria das vezes por bactérias. Neste sentido é de fundamental importância que o produtor siga normas profiláticas adequadas para que esse mal possa ser evitado. Sabemos que o leite é um alimento composto por proteínas, gordura, minerais e ao ser secretado nos alvéolos da glândula mamária é estéril, mas ao ser retirado, manuseado e armazenado pode ser contaminado por microrganismos originários do interior da glândula mamária, da superfície das tetas e do úbere, de utensílios como os equipamentos de ordenha, de armazenamento e de várias fontes do ambiente da fazenda.
As maiores perdas econômicas da cadeia produtiva do leite é causada pela mastite bovina, esta pode se apresentar na forma clinica (existem sinais evidentes da inflamação como edema, aumento da temperatura do úbere, endurecimento, dor na glândula mamária, aparecimento de grumos, pus ou qualquer alteração das características do leite) e na forma subclínica (não ocorrem mudanças visíveis no aspecto do leite ou do úbere). Segundo Duque (2006), a maior parte das infecções da glândula mamária é causada por microrganismos (bactérias, fungos, leveduras) e mais de 200 espécies foram relacionadas com as infecções, porém menos de 20 foram decritas detalhadamente. Dentre elas as principais são: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, Streptococcus dysgalactiae, Escherichia coli, Streptococcus uberis, Corinecbacterium bovis, Mycoplasma, alguns coliformes, leveduras, fungos e algas, ainda segundo Duque (2006) a porta de entrada dos microrganismos é o esfíncter do teto. Se esta estrutura se mantiver integra, dificilmente ocorrerá o crescimento de microrganismos nesse meio. A penetração da bactéria ainda não é condição para que haja infecção, para isso esta tem que se fixar nos tecidos, e quando isso ocorrer, o sistema imunológico entra em ação.  Segundo Pedersen et al. (2003) quando um agente patogênico invade a glândula mamária, o organismo do animal reage, mandando para o local células de defesa, principalmente leucócitos, a maioria neutrófilos polimorfonucleares, para tentar reverter o processo infeccioso. Essas células de defesas somadas as células de descamação do epitélio secretor são chamadas de células somáticas. A mastite faz com que as células do epitélio secretor sejam substituídas por tecido conjuntivo o que acarreta em perda da produção. Para seu diagnóstico na forma subclínica utiliza-se a contagem de células somáticas (CCS), utiliza-se também vários testes onde destaca-se o CMT (Califórnia Mastitis Test), o WMT (Wisconsin Mastistis Test) e a contagem eletrônica de células Somáticas (RUPP et al., 2000). Outro método importante de detecção da mastite é o teste da caneca de fundo preto. Este utensílio possui uma pequena tela em que são despejados os três primeiros jatos de leite da ordenha e se houver alguma infecção ocorrerá a formação de grumos em sua superfície. 

Teste da caneca de fundo telado
                         

Retirada dos primeiros jatos de leite na caneca de fundo preto

Teste CMT

Verificação do resultado do teste CMT

LITERATURA CITADA:

DIAS, R. V. C. Principais Métodos de Diagnóstico e Controle da Mastite Bovina. Acta Veterinária Brasílica, V.1, n. 1, p.23-27, 2007. 
DUQUE, P. V. T.; BORGES, K. E.; PICCININ, A. Mastite Bovina: Descrição da Doença e seus Impactos na Economia Brasileira. Anais da III Semana de Patologia Veterinária. Garça – SP, 2006. 
PEDERSEN, L. H.; AaLBAEK, B.; RONTVED, C. M.; INGVARTSEN, K. L.; SORENSEN, N. S.; HEEGAARD, P. M.; JENSEN, H. E. Early Pathogenesis and Inflammatory Response in Experimental Bovine Mastistis Due to Streptococcus uberis. J. Comp. Path. 128:156-164. 2003. 
RUPP, R.; BEAUDEAU, F.; BOICHARD, D. Relationship Between Quater Somatic-cell Counts in the Frist Lactation and Clinical Mastitis Occurrence in the Second Lactation of French Holstein Cows. Preventive Veterinary Medicine, V. 46, p. 99-111. 2000 .

FOTOS:
http://www.sqm.com.br/xandinho/vaca/7%20v%20teste%20de%20mastite.htm

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Apicultura

Desde os primórdios da civilização os primeiros habitantes da Europa e da Ásia, encontravam enxames de abelha alojados em fendas de pedra, tronco de árvores, em buracos no solo e em muitos outros lugares. E ao provar a doçura do mel, o homem, passou então a saquear este produto que as abelhas fabricam. Algum tempo depois o homem adotou as abelhas dando a elas melhores condições de vida e trabalho para que estas produzissem o mel em maior escala como o primeiro adoçante. O homem passou então a construir moradias modernas para as abelhas, que facilitavam seu manejo e criação racional. O nome colméia, segundo Wiese (2005) é por conta das primeiras moradias que eram feitas de colmos de trigo ou de outros cereais, e, com a evolução dos tempos, são hoje feitas de madeira, alumínio, plástico ou outro material. No Brasil as abelhas do gênero Apis foram introduzidas pelos  imigrantes europeus em 1839.

A primeira abelha apis a povoar nosso território foi à abelha italiana (Apis mellifera ligustica), depois vieram a abelha real alemã ou negra (Apis mellifera mellifera) e a abelha carnica (Apis mellifera carnica)Mas em 1956 com a introdução das abelhas africanas, mais precisamente a Apis mellifera scutellata, que por ser mais agressiva que as abelhas européias foi rapidamente disseminada por todo continente americano (da Patagônia ao Canadá) e nos dias atuais praticamente não existe mais abelhas européias e sim africanizadas, pois estas são mestiças das abelhas européias com as africanas.
O local onde se localizam as colméias é chamado de apiário, no Brasil onde o número de predadores das abelhas é muito grande não é aconselhado colocar as colméias diretamente no chão e sim sobre cavaletes ou outra estrutura a qual estas fiquem fora do contato direto com o solo. Para que um bom manejo das colméias seja realizado é necessário que o produtor ou o técnico responsável pelo apiário façam uso de técnicas que não contrariem os princípios biológicos das abelhas e utilizem os seguintes apetrechos: 

  • Um fumegador de fole e o material de combustão;
  • Uma espátula para soltar e desgrudar os quadros e raspar;
  • Um espanador par varrer as abelhas dos quadros;
  • Um par de botas brancas;
  • Um macacão branco;
  • Um chapéu com máscara;
  • Um par de luvas. 

A cada vez que se mexe na colméia se interfere na rotina de trabalho das abelhas o que pode prejudicar sua produção ou causar um possível acidente com a rainha ou com a prole, por esses motivos, o apicultor ou o técnico responsável não deve mexer nas abelhas sem um motivo que justifique tal ato, e quando o fizer, fazer no menor tempo possível pois a curiosidade do apicultor pode ser prejudicial.



FONTE:

WIESE, H., Apicultura novos tempos, 2ª ed. Agrolivros, 2005. 378p.

http://montedomel.blogspot.com