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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Higiene da Ordenha Vs. Mastite Bovina

A higiene da ordenha é uma prática imprescindível no que diz respeito a qualidade do leite. Um manejo sanitário adequado previne o rebanho de inúmeros problemas causados por agentes etiológicos como por exemplo a mastite que é uma inflamação da glândula mamária causada na maioria das vezes por bactérias. Neste sentido é de fundamental importância que o produtor siga normas profiláticas adequadas para que esse mal possa ser evitado. Sabemos que o leite é um alimento composto por proteínas, gordura, minerais e ao ser secretado nos alvéolos da glândula mamária é estéril, mas ao ser retirado, manuseado e armazenado pode ser contaminado por microrganismos originários do interior da glândula mamária, da superfície das tetas e do úbere, de utensílios como os equipamentos de ordenha, de armazenamento e de várias fontes do ambiente da fazenda.
As maiores perdas econômicas da cadeia produtiva do leite é causada pela mastite bovina, esta pode se apresentar na forma clinica (existem sinais evidentes da inflamação como edema, aumento da temperatura do úbere, endurecimento, dor na glândula mamária, aparecimento de grumos, pus ou qualquer alteração das características do leite) e na forma subclínica (não ocorrem mudanças visíveis no aspecto do leite ou do úbere). Segundo Duque (2006), a maior parte das infecções da glândula mamária é causada por microrganismos (bactérias, fungos, leveduras) e mais de 200 espécies foram relacionadas com as infecções, porém menos de 20 foram decritas detalhadamente. Dentre elas as principais são: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus, Streptococcus dysgalactiae, Escherichia coli, Streptococcus uberis, Corinecbacterium bovis, Mycoplasma, alguns coliformes, leveduras, fungos e algas, ainda segundo Duque (2006) a porta de entrada dos microrganismos é o esfíncter do teto. Se esta estrutura se mantiver integra, dificilmente ocorrerá o crescimento de microrganismos nesse meio. A penetração da bactéria ainda não é condição para que haja infecção, para isso esta tem que se fixar nos tecidos, e quando isso ocorrer, o sistema imunológico entra em ação.  Segundo Pedersen et al. (2003) quando um agente patogênico invade a glândula mamária, o organismo do animal reage, mandando para o local células de defesa, principalmente leucócitos, a maioria neutrófilos polimorfonucleares, para tentar reverter o processo infeccioso. Essas células de defesas somadas as células de descamação do epitélio secretor são chamadas de células somáticas. A mastite faz com que as células do epitélio secretor sejam substituídas por tecido conjuntivo o que acarreta em perda da produção. Para seu diagnóstico na forma subclínica utiliza-se a contagem de células somáticas (CCS), utiliza-se também vários testes onde destaca-se o CMT (Califórnia Mastitis Test), o WMT (Wisconsin Mastistis Test) e a contagem eletrônica de células Somáticas (RUPP et al., 2000). Outro método importante de detecção da mastite é o teste da caneca de fundo preto. Este utensílio possui uma pequena tela em que são despejados os três primeiros jatos de leite da ordenha e se houver alguma infecção ocorrerá a formação de grumos em sua superfície. 

Teste da caneca de fundo telado
                         

Retirada dos primeiros jatos de leite na caneca de fundo preto

Teste CMT

Verificação do resultado do teste CMT

LITERATURA CITADA:

DIAS, R. V. C. Principais Métodos de Diagnóstico e Controle da Mastite Bovina. Acta Veterinária Brasílica, V.1, n. 1, p.23-27, 2007. 
DUQUE, P. V. T.; BORGES, K. E.; PICCININ, A. Mastite Bovina: Descrição da Doença e seus Impactos na Economia Brasileira. Anais da III Semana de Patologia Veterinária. Garça – SP, 2006. 
PEDERSEN, L. H.; AaLBAEK, B.; RONTVED, C. M.; INGVARTSEN, K. L.; SORENSEN, N. S.; HEEGAARD, P. M.; JENSEN, H. E. Early Pathogenesis and Inflammatory Response in Experimental Bovine Mastistis Due to Streptococcus uberis. J. Comp. Path. 128:156-164. 2003. 
RUPP, R.; BEAUDEAU, F.; BOICHARD, D. Relationship Between Quater Somatic-cell Counts in the Frist Lactation and Clinical Mastitis Occurrence in the Second Lactation of French Holstein Cows. Preventive Veterinary Medicine, V. 46, p. 99-111. 2000 .

FOTOS:
http://www.sqm.com.br/xandinho/vaca/7%20v%20teste%20de%20mastite.htm

Um comentário:

  1. Muito boa a matéria. É sempre bom encontrar um Blog específico e técnico. Para nós que estamos aprendendo um pouco sobre o segmento, é profissional!!! Grande abraço, Arcoverde

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