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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

domingo, 28 de agosto de 2011

IV - Encontro de Medicina Veterinária do Agreste Pernambucano

Estudantes e profissoinais de Medicina Veterinária e Zootecnia não percam o IV EMVAPE (Encontro de Medicina Veterinária do Agreste Pernambucano) que será realizado nos dias 02, 03 e 04 de setembro de 2011 em Garanhuns/PE.

Palestras: Fórum Ministro Eraldo Gueiros Leite
Minicursos: Unidade Acadêmica de Garanhuns - UFRPE/UAG
Maiores informações e programação completa: http://www.emvape.com.br/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Gordura de jacaré pode ser usada como fonte de biodiesel

Por Globo Rural On-line

Pesquisadores americanos descobriram alternativa para fazer combustível

Pesquisando alternativas verdes de combustível, cientistas da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos, descobriram uma matéria prima inusitada para fazer biodiesel: gordura de jacaré. Hoje, a soja é muito utilizada no país para a produção de combustível, mas o grão também é necessário para o consumo humano e animal. Para produzir um bilhão de galões de biodiesel de soja seria necessário 21% de toda a produção dos Estados Unidos e o país consome 45 galões de diesel todos os anos. As informações são do jornal americano The New York Times.

Com essa preocupação, os pesquisadores acreditam ter encontrado uma opção para ajudar a soja nessa equação. Todos os anos 6,8 mil toneladas de gordura de jacaré são desperdiçadas. O animal atualmente é criado para produção de carne e couro – não se trata do crocodilo, ameaçado de extinção.


 Fonte: Revista Globo Rural
Jacaré no tanque: a gordura do animal atualmente é desperdiçada, poderia ser usada para produção de biodiesel


Na pesquisa divulgada nesta semana o professor de engenharia química Rakesh Bajpai e mais cinco colaboradores explicam que converteram 61% da gordura do animal em líquidos que poderiam ser usados em biocombustíveis. Das 6,8 mil toneladas, poderia ser produzido 1.25 milhões de galões de combustível (cerca de 5,6 milhões de litros). Segundo Bajpai, o galão poderia ser produzido por US$ 2,40 (equivalente a R$ 3,8). Além disso, a cada galão produzido, a refinaria faria também alguns litros de glicerol, substancia valorizada na indústria química.

Somado aos incentivos americanos ao biodiesel, o preço deste combustível de jacaré seria bastante competitivo.
 
Disponível em :http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI258672-18077,00-GORDURA+DE+JACARE+PODE+SER+USADA+COMO+FONTE+DE+BIODIESEL.html

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Regulamentação dos Zootecnistas: SENGE sugere ao Deputado Onyx Lorenzoni emitir parecer contrário ao PL 2824 que regulamenta a profissão de Zootecnista

Os presidentes do SENGE/RS e do SIMVETRS, e o vice-presidente da SARGS, reuniram-se com o Deputado Onyx Lorenzoni para formalizar a posição das entidades contrária à aprovação do Projeto de Lei 2824/08 que regulamenta a profissão de Zootecnista, do qual o parlamentar do DEM/RS é relator. No encontro realizado em 1º de agosto em Porto Alegre, as entidades formalizaram a entrega de documento em que relacionam pontos de inconformidade, principalmente, aqueles que retiram atribuições dos Engenheiros Agrônomos e de outros profissionais.
Ao deixar claro não haver oposição à regulamentação da profissão de Zootecnista em si, a carta reafirma que diante da dependência e importância do Setor Primário para a economia do País e da carência latente de profissionais de nível superior de todas as especializações nesta área, nada justifica a retirada de atribuições de quem já tem formação e qualificação, notadamente os Engenheiros Agrônomos.
Além disso, o projeto contraria a Resolução 1.010/05 do CONFEA, e a Lei 5.194/66 que estabelecem, respectivamente, as atribuições e a regulamentação da categoria dos profissionais de Agronomia.
Ao lado da presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do RS Maria Angelica Zollin de Almeida, e do vice-presidente da Sociedade de Agronomia do Estado Arcângelo Mondardo, o presidente do SENGE José Luiz Azambuja enfatizou a Onyx Lorenzoni, que a aprovação do projeto acarretaria um aumento dos custos para os agricultores e pecuaristas, além de uma significativa segmentação da responsabilidade técnica e degradação dos programas de pesquisa em desenvolvimento nas universidades. Lembrando que os cursos de pós-graduação em zootecnia são realizados nas escolas de Agronomia e Veterinária em todo o Brasil, com exceção do Estado de São Paulo.
Onix, que é veterinário, acolheu a solicitação e informou que está trabalhando no sentido de apresentar um substitutivo que contemple as reivindicações das categorias profissionais envolvidas no assunto e que provavelmente em outubro pretende chamar uma reunião em Brasília, com a participação do MEC, para discutir a possibilidade de adequações nos futuros currículos. Segundo o Deputado, os atuais profissionais da Agronomia e Veterinária teriam asseguradas todas suas competências para continuar trabalhando normalmente nas atividades que envolvem a Zootecnia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Microbiota ruminal

Os ruminantes são animais que possuem um estômago multicavitário, ou seja, dividido em compartimentos denominados de rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros possuem função associada ao processo fermentativo e o abomaso apresenta características similares ao estômago dos animais monogástricos. Essas estruturas anatômicas permitem a realização do processo de fermentação conferindo a esses animais o aproveitamento da fração fibrosa dos vegetais. No entanto, os ruminantes não produzem as enzimas necessárias para a digestão desta fibra, porém permitem que microrganismos capazes de produzir tais enzimas se desenvolvam em seu rúmen, sendo esta população composta por bactérias, protozoários e fungos.
A celulose e outros polissacarídeos presentes na parede celular de vegetais, constituem a maior fonte de energia para os animais herbívoros. E sua degradação é o resultado da simbiose entre estes animais e sua microbiota. Estes microrganismos também utilizam o nitrogênio não-protéico para a síntese de aminoácidos, sintetizam vitaminas e produzem os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que são os ácidos acético, butírico e propiônico.
O estabelecimento desses microrganismos no rúmen ocorre após o contágio dos animais recém-nascidos com sua mãe (por exemplo, o ato de a vaca lamber sua cria), com a ingestão de alimentos contaminados e, além disso, o esterco presente no piso do curral, nos pêlos, nas tetas, etc., está dentre as principais fontes de contágio, assim como o solo e as pastagens.

BACTÉRIAS

É a população mais diversificada do rúmen e seus principais grupos são relacionados com a degradação da fibra vegetal.

Bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais (Celulolíticas)

Associam-se às fibras dos alimentos e degradam os componentes da parede celular dos vegetais, particularmente a celulose e a hemicelulose, as principais espécies são Ruminococcus flavefaciens, Ruminococcus albus e o fibrobacter succinogenes. Estes microrganismos vão promover a hidrolise da celulose através de complexos enzimáticos denominados celulases. As espécies celulolíticas produzem principalmente, acetato, propionato, butirato, succinato, formato, CO2, e H2. Também são liberados o etanol e o Lactato.
Fonte: http://microbewiki.kenyon.edu/index.php/Ruminococcus
Ruminococcus flavefaciens

Bactérias fermentadoras de carboidratos não-estruturais (Amilolíticas e Pectinolíticas).

Associam-se às partículas de grãos de cereais ou grânulos de amido e degradam os carboidratos de natureza não estrutural como o amido e açúcares solúveis como, dextrinas e frutosanas, podem utilizar a amônia, aminoácidos ou peptídeos para a síntese de suas proteínas. Produzem acetato, porém mudam para acetato, formato e etanol quando a concentração do substrato fermentável decresce. Os principais microrganismos fermentadores de carboidratos não-estruturais são, Streptococcus bovis, Ruminobacter amylophilus, Lactobacillus sp., Selenomonas ruminantium.

Bactérias lipolíticas

Hidrolisam triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos, não é numeroso, pelo fato do ambiente ruminal apresentar potencial de oxidorredução muito baixo, característico de ambiente anaeróbicos. A espécie Anaerovibrio lipolytica hidrolisa lipídios e utiliza a ribose, a frutose, o glicerol e o lactato como fontes de carbono e energia. Esses substratos são fermentados a acetato, propionato e CO2, enquanto o glicerol é fermentado a propionato e succinato.

Bactérias proteolíticas

Como o próprio nome denuncia, degradam proteínas.  No entanto, existem algumas poucas espécies que utilizam principalmente aminoácidos como substratos energéticos. Destacam-se as espécies B. amylophilus, B. ruminicola, Butirivibrio sp., S. ruminantium, Clostridium aminophilum e C. sticklandii.
Fonte: http://ijs.sgmjournals.org/content/53/1/201.full
Butirivibrio sp

Bactérias ureolíticas

Apresentam-se aderidas ao epitélio ruminal e hidrolisam uréia liberando amônia. Exemplo: Enterococcus faecium.

Bactérias metanógenas

São as mais estritamente anaeróbicas do rúmen. Produzem metano a partir do CO2 e H2 derivados da atividade fermentativa das demais espécies, por exemplo: Methanobacterium sp., Methanobrevibacter sp.

Bactérias lácticas

Crescem em condições de baixo pH ruminal e utilizam, entre outros, ácido láctico como substrato energético, por exemplo: Megasphaera elsdenii.

Bactérias pectinolíticas

Fermentam a pectina. Embora a pectina seja um polímero de natureza estrutural, sua fermentação, assim como a as características das bactérias que a utilizam, são semelhantes àquelas que fermentam carboidratos não-estruturais, por exemplo: Succinivibrio dextrinosolvens.

PROTOZOÁRIOS

São organismos unicelulares, anaeróbios, não patogênicos.  Apresentam organização complexa e diferenciada com estruturas funcionais similares a boca, esôfago, estômago, reto e ânus. Alguns protozoários são celulolíticos, mas os principais substratos utilizados como fonte de energia são os açúcares e amidos que são assimilados rapidamente e estocados na forma de amilopectina. Uma característica peculiar dos protozoários ruminais é o quimiotactismo, ou seja, possuem a capacidade de se locomoverem num gradiente de concentração de açúcares ou glicoproteínas. São capazes de se fixar à parede do retículo e migrar em direção ao rúmen, logo após a alimentação do hospedeiro, possivelmente em razão do aparecimento de açúcares solúveis.

FUNGOS

Inicialmente os fungos eram considerados protozoários flagelados. Os fungos são parte integrante da microbiota ruminal e são encontrados em animais alimentados com dietas fibrosas, onde os zoósporos móveis aderem aos fragmentos das forragens e invadem os tecidos vegetais por meios de seus talos e rizóides. Após um período de crescimento vegetativo ocorre a formação dos esporângios que irão liberar os zoósporos maduros fadados a repetir esse ciclo de colonização do material vegetal ingerido pelo hospedeiro.

REFERÊNCIAS

BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. Nutrição de ruminantes. 1. ed. Jaboticabal: Funep, 2006. 583p.

KOZLOSKI, G.V. Bioquímica dos ruminantes. 1. ed. Santa Maria: Ed. UFSM, 2002. 140p.