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Graduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestrando em Ciência Animal e Pastagens pela UFRPE.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Principais raças produtoras de leite no Brasil - Parte IV


A série Principais raças produtoras de leite do Brasil, entra em sua segunda fase, onde falará um pouco sobre as três principais raças leiteiras zebuínas do nosso país.
Esses animais encontram-se distribuídos em todo o território nacional, podem ser chamados de gado indiano ou zebu. Em comparação com as raças européias, se destaca por sua tolerância ao calor das zonas tropicais, sua resistência aos ecto e endoparasitos, alta capacidade de aproveitar pastagens grosseiras, costume de pastejar durante a noite maior tempo de pastejo sob sol intenso em regiões de clima tropical, alta fertilidade em regiões de clima quente, menor requerimento protéico calórico para mantença.
As raças indianas se diferenciam das européias principalmente pela presença da giba ou cupim, estrutura anatômica localizada sobre a região da cernelha do animal, apresentando-se mais avantajado nos machos e menos desenvolvido nas fêmeas, além de possuírem uma pele mais fina, resistente e solta com pigmentação abundante geralmente preta, pelos curtos e lisos que favorecem a eliminação do calor.
Nomenclatura do Gado Zebu

RAÇA GIR

Tem origem no sul da Índia, na região de Kathiavar, seus chifres longos e fortes, voltados para baixo e para traz, lhe garantiam o direito de defender-se contra o ataque de animais selvagens.
Esses animais são de grande porte e além da produção de leite são utilizados para trabalhos pesados devido a sua musculatura forte.
O gado Gir foi introduzido no Brasil em 1911, onde se adaptou muito bem as nossas condições climáticas. Atualmente é bastante utilizado em cruzamentos, sendo a preferida das raças zebuínas para a formação do gado mestiço leiteiro.
Fonte: Arquivo Pessoal
Touro Gir

Em 1980 foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), com o intuito de promover o melhoramento da raça para características leiteiras.
Possui temperamento dócil, sua lactação dura em média 286 dias, produz leite de qualidade com elevado teor de sólidos e suas médias de produção de leite, gordura, proteína e sólidos totais são respectivamente, 3.777 kg, 112 kg, 90 kg e 337 kg.
Vaca Gir

CARACTERÍSTICAS

PELAGEM – Vermelha, em todas as suas tonalidades: vermelha gargantilhada, vermelha chitada e chitada de vermelho. Amarela, em tonalidades típicas da raça: amarela gargantilha, amarela chitada e chitada de amarelo. Chita clara e rosilha clara ou moura de vermelho, moura clara, moura escura. Pelos finos, curtos e sedosos.

PELE – Preta ou escura; solta, fina e flexível, macia e oleosa. Geralmente, rósea no úbere e na região inguinal.

CABEÇA – De largura e comprimentos médios; perfil ultraconvexo; fronte larga, lisa e proeminente, com a marrafa jogada para trás; chanfro reto e largo, mais estreito e delicado nas fêmeas. Focinho preto e largo, com narinas dilatadas e afastadas. Olhos pretos ou escuros e elípticos situados bem lateralmente e protegidos por rugas da pele, nas pálpebras superiores, e cílios pretos. Orelhas de comprimento médio, pendentes, começando em forma de tubo, com sua porção superior enrolada sobre si mesma, abrindo-se em seguida, gradualmente para fora, curvando-se para dentro e, de novo, estreitando-se na ponta, com a extremidade curvada e voltada para a face.

PESCOÇO – Médio. Linha superior ligeiramente oblíqua. Bem musculoso e com implantação harmoniosa ao tronco.

CHIFRES – Apresentam cor escura, são de porte médio, simétricos, de seção elíptica, achatados, grossos na base, saindo para baixo e para trás. A preferência é pelos chifres que se dirigem um pouco para cima, encurvando-se para dentro, com as pontas convergentes.

DORSO – Largo e reto. Levemente inclinado, tendendo para a horizontal. Harmoniosamente ligado à garupa, apresentando boa cobertura muscular. Animais de aptidão leiteira apresentam dorso harmoniosamente ligado à garupa, com cobertura muscular consistente.

GARUPA – Comprida, larga, ligeiramente inclinada e tendendo para a horizontal, no mesmo nível e unida ao lombo, sem saliências ou depressões, e com boa cobertura muscular, que pode apresentar-se mais leve e consistente em animais de aptidão leiteira.

MEMBROS – De comprimento médio, com ossatura forte, bem musculosos, afastados e bem aprumados. Animais de aptidão leiteira apresentam musculatura mais leve, coxas e pernas com cobertura muscular adequada para acondicionamento de bom úbere.

ÚBERE – Deve ser amplo, comprido, largo e profundo, apresentando grande capacidade de armazenagem de leite, volume compatível com a idade e estádio da lactação, fazendo pregas quando vazio. A consistência deve ser macia e elástica (glanduloso) e não fibroso (carnudo). Seu piso deve ser nivelado e não ultrapassar a linha do jarrete. Deve apresentar ainda proporcionalidade entre a parte anterior e posterior. Os quartos anteriores devem se apresentar avançados para frente e aderidos ao ventre e os quartos posteriores bem projetados para trás e para cima.

LIGAMENTO CENTRAL – Possui grande importância em vacas produtoras de leite. Deve ser forte e bem evidente, pois irá garantir a sustentação e integridade do úbere que deve estar bem aderido à região inguinal. Quando visto por trás, evidencia-se o sulco do ligamento suspensor central. Está diretamente ligado a longevidade do úbere e permanência do animal no rebanho.

QUARTO POSTERIOR – Responsável por 60% da produção de leite. Deve ser amplo e volumo, com ligamentos fortes e bem aderidos na região inguinal.

QUARTO ANTERIOR – deve ser amplo e volumoso, com inserção suave no abdômen, possuindo ligamentos fortes e bem aderidos.

TETAS – Devem se apresentar íntegras e simétricas, ter comprimento de 5 a 7 cm, diâmetro de ± 3,3 cm, espaçadas entre si, centradas no quarto, verticais e paralelas, perpendiculares ao solo.

VASCULARIZAÇÃO – Deve ser bem conformada e com bastante drenagem através de diversas veias aparentes, tortuosas, de preferência ramificadas e penetrando por dois ou mais orifícios, além de possuir, no abdome, veia mamária de grosso calibre.
Fonte: ABCGIL
Nomenclatura raça Gir

FONTE

Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) - http://www.girleiteiro.org.br/novo/?caracteristicas

AUAD, A. M.; SANTOS, A. M. B.; CARNEIRO, A. V. et. al. Manual de Bovinocultura Leiteira. 1.ed. Brasília: LK Editora; Belo Horizonte: SENAR-AR/MG; Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 608p.: il.

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